segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

"Um navio de guerra é composto ao mesmo tempo do que há de mais pesado e do que há de mais leve, porque deve lidar, simultaneamente, com as três formas da substância, o sólido, o líquido e o fluido, devendo lutar contra todos os três. Tem onze garras de ferro para agarrar o granito, e mais asas e antenas que uma libélula para receber o vento das nuvens. Seu hálito sai por cento e vinte canhões como relâmpagos enormes, respondendo corajosamente ao raio. O oceano procura desorientá-lo na espantosa semelhança de suas ondas, mas o navio tem uma alma, a bússola, que o dirige, mostrando-lhe sempre o norte. Nas noites negras, seus faróis substituem as estrelas. Contra o vento, tem a corda e a vela; contra a água, tem a madeira; contra o rochedo, o ferro, o cobre, o chumbo; contra a sombra, a luz; contra a imensidade, uma agulha".
Victor Hugo

Nenhum comentário: